Mais de 48 milhões de imóveis foram vistoriados pelos
militares e agentes de saúde. As ações devem ser permanentes, e o monitoramento
continua
A primeira fase da
mobilização nacional para o combate ao Aedes aegypti alcançou 88,8% dos domicílios e
prédios públicos, comerciais e industriais brasileiros, informou, nesta
sexta-feira (4), o Ministério da Saúde. As equipes para identificação de focos
do mosquito e orientação da população sobre medidas de proteção ao vetor foram
a 59,6 milhões de estabelecimentos, entre os primeiros dias de janeiro e 29 de
fevereiro.
Os números fazem parte
do balanço do primeiro ciclo divulgado pela Sala Nacional de Coordenação e
Controle para o Enfrentamento da Dengue, Chikungunya e Zika (SNCC). Do total de
imóveis visitados, 48,2 milhões foram efetivamente vistoriados e 11,3 milhões
estavam fechados ou houve recusa para o acesso. O segundo ciclo da mobilização
começou em primeiro de março.
Nesse primeiro ciclo,
as visitas contaram com a presença diária de cerca de 266 mil agentes
comunitários de saúde e 46 mil agentes de controle de endemias, e com o apoio
de militares. Houve ainda a realização de ações especiais, como a participação
de 220 mil militares, em 13 de fevereiro, e de 55 mil militares, de 15 a 18 de
fevereiro, além do Dia de Mobilização Nacional da Educação Zika Zero, realizada
em 19 de fevereiro, nas escolas de todo o País em parceria com os Estados e
municípios, envolvendo 60 milhões de pessoas, entre estudantes, professores e servidores
técnicos administrativos e da educação superior em todo o Brasil.
O número de vistorias
para o combate ao Aedes aegypti realizadas seguiu ritmo crescente
durante todo o ciclo de mobilização. Na comparação com o último balanço da
sala, divulgado em 26 de fevereiro, houve um aumento de 16,1% nas visitas.
Foram 6,7 milhões de unidades a mais do que na semana anterior, quando o
balançou registrou 41,5 milhões. Do total realizado no ciclo, 1,4 milhão foram
de domicílios e prédios recuperados, ou seja, houve sucesso no ingresso de
agentes e militares após recusa ou fechamento do local.
“A presença constante
dos agentes e o destacamento de um número expressivo de militares, além da
realização de ações envolvendo contingente especial, têm possibilitado o alcance
de mais imóveis e municípios, convergindo para o nosso objetivo maior: a
eliminação de focos do Aedes aegypti e a maior proteção da nossa
população”, analisa o coordenador da Sala Nacional, do Ministério da Saúde,
Marcus Quito.
Durante as visitas, 1,6
milhão de imóveis foram identificados com focos do mosquito, o que representa
3,36% do total de vistoriados. A meta é reduzir esse índice de infestação para
menos de 1% de imóveis com foco.
Dez Estados superaram
as suas metas de visitação. Entre eles, Pernambuco foi a unidade que mais
realizou idas a imóveis proporcionalmente, 187,2%, alcançando 5,3 milhões de
estabelecimentos, além de 1,3 milhão de locais fechados ou com recusa de
acesso. Rondônia vem logo atrás, com 166,3%, ou 789 mil. O Estado contabilizou
56,2 mil imóveis fechados ou com recusa de acesso. Mato Grosso do Sul foi o
terceiro em alcance percentual de imóveis, 121%, atingindo 1 milhão de
unidades, com mais 231,5 mil fechadas ou com entradas impedidas.
Minas Gerais manteve-se
na liderança dos Estados com número absoluto de visitas. Durante esse primeiro
ciclo, foram 7,9 milhões de locais com ingresso de equipes, com cumprimento de
110,8% da meta Estadual. Depois, São Paulo aparece com 6,2 milhões de
estabelecimentos vistoriados (38,3%) e 2,7 milhões de fechados ou recusados.
Pernambuco foi o terceiro em números absolutos.
Notificação dos
municípios
Ao todo, 93% das
cidades, ou seja, 5.164 dos 5.570 existentes em todos os Estados do Brasil
notificaram as visitas no Sistema Informatizado de Monitoramento da Presidência
da República (SIM-PR). Os dados são gerenciados pela Sala Nacional com base nas
informações transmitidas pelas salas Estaduais, a partir da mobilização para
realização de visitas pelos municípios.
A base de imóveis a
serem visitados considera os dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), atualizado com informações de outras pesquisas
periódicas do mesmo instituto de pesquisa. Verificou-se que vários municípios
possuem quantitativo superior de imóveis, principalmente em municípios
pequenos, novos e com empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida. Além
disso, com a intensificação das ações de combate ao mosquito e a integração de
vários agentes além dos órgãos de saúde, como Defesa Civil, bombeiros,
policiais militares e voluntários, alguns municípios estão realizando e
registrando no sistema mais de uma visita aos imóveis.
Mobilização
A melhor forma de
combater o Aedes
aegypti é não deixar o mosquito nascer. Por isso, o governo
federal convocou um esforço nacional para que todas as casas do País sejam
visitadas para eliminação dos criadouros. As visitas domiciliares são
essenciais para o combate ao vetor. No contato, constante com a população, os
agentes de saúde desenvolvem ações com os moradores, relativas aos cuidados
permanentes para evitar depósitos de água nas residências.
Vale lembrar que, desde
o dia 1º de fevereiro, o governo autoriza a entrada forçada de agentes públicos
de combate ao Aedes em
imóveis públicos ou particulares que estejam abandonados ou em locais com
potencial existência de focos, no caso de ausência de pessoa que possa permitir
o acesso ao local. Para ficar comprovada a ausência de quem autorize a
vistoria, é necessário que o agente realize duas notificações prévias, em dias
e horários alternados e marcados, em um intervalo de dez dias.
Sala de situação
O governo federal
instalou a Sala Nacional de Coordenação e Controle do Aedes aegypti e para o
Enfrentamento à Microcefalia para gerenciar e monitorar a intensificação das
ações de mobilização e combate ao mosquito. A sala faz parte do Plano Nacional
de Enfrentamento à Microcefalia, em resposta à declaração Emergência em Saúde
Pública de Importância Nacional.
A estratégia do governo
federal é intensificar a mobilização nos diversos setores da sociedade.
Coordenada pelo Ministério da Saúde, a Sala Nacional é composta pelos
ministérios da Integração, da Defesa, do Desenvolvimento Social, da Educação,
da Casa Civil e da Secretaria de Governo da Presidência da República, além de
outros órgãos convidados. Todos os Estados e o Distrito Federal instalaram suas
salas de situação e estão desenvolvendo ações de mobilização e combate ao
mosquito.
Microcefalia
Entre 2015 e 27 de
fevereiro de 2016, foram notificados 5.909 casos suspeitos de microcefalia,
sendo que 4.222 permanecem em investigação, 1.046 foram descartados e 641
receberam confirmação. A associação entre a microcefalia confirmada e o zika
vírus está presente em 82 casos. Até o momento, 139 óbitos foram registrados
associados à microcefalia.
Informações e imagem Portal Brasil
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