Energia e competitividade: o desafio dos custos indústriais

  

As indústrias que encararem o tema energia como estratégia, e não apenas como custo, vão estar mais preparadas para competir em um mercado cada vez mais exigente
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Inovação e gestão eficiente são caminhos para transformar energia em vantagem estratégica

O custo da energia se tornou um dos principais fatores que definem a competitividade das indústrias brasileiras. Em um cenário de produção cada vez mais automatizada, qualquer instabilidade elétrica pode gerar prejuízos significativos, atrasos e perda de produtividade. A discussão sobre alternativas mais eficientes deixou de ser tendência e passou a ser uma necessidade estratégica para empresas que buscam reduzir despesas e manter sua competitividade.

Segundo Rui Londero, coordenador do Conselho Temático de Energia da Federação da Industria do Estado do Paraná (FIEP), a preocupação com o tema tem sido recorrente nos Fóruns Regionais da Indústria. “A energia apareceu como um dos três maiores gargalos para o desenvolvimento do setor, ao lado da infraestrutura de transportes e da empregabilidade”, afirma.

A qualidade do fornecimento ainda é o principal problema externo enfrentado pelas indústrias. “Quedas de energia podem desligar uma linha de produção inteira, gerando atrasos e prejuízos quase incalculáveis”, diz.

Rui Londero, coordenador do Conselho Temático de Energia da FIEP
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O impacto também chega ao consumidor final, já que parte desses custos acaba sendo repassada aos preços dos produtos.

No ambiente interno, as empresas têm buscado soluções para aumentar a eficiência energética. Londero explica que ações práticas podem gerar resultados imediatos, como detecção de vazamentos de ar comprimido, revisão do sistema motriz, isolamento térmico e ajustes nos contratos de fornecimento. Ele cita iniciativas do Sistema Fiep, especialmente do Senai, que apoiam diretamente esse processo. “Na Jornada da Produtividade, uma das etapas de consultoria visa reduzir em pelo menos 10% o consumo de energia elétrica em uma carga alvo”, afirma. 

Cursos e treinamentos também ajudam empresários e profissionais a se atualizarem sobre novas tecnologias.A adoção de energia solar, cooperativas e consórcios também tem ampliado as possibilidades para o setor. Para Londero, a abertura do mercado e a consolidação do Mercado Livre de Energia trouxeram benefícios diretos. “Esses modelos aumentaram a competitividade e reduziram o custo da energia para toda a sociedade”, destaca.

A Fiep lançou uma cartilha com linhas de financiamento e soluções de crédito para investimentos em energia limpa e eficiência”, conta.

O futuro deve trazer transformações ainda mais profundas. O especialista aponta avanços em hidrogênio, baterias de alta capacidade e novas tecnologias de armazenamento como elementos centrais de uma próxima revolução energética. “O Paraná tem potencial para ser referência se investir em planejamento eficiente”, afirma.

Entre as iniciativas em andamento está o Mapa Energético do Paraná, desenvolvido pela Fiep em parceria com a Copel, que identifica necessidades e oportunidades para aprimorar a infraestrutura do estado.

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