Thaise Amaral, consultora do Sebrae/PR
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Do conservadorismo dos Baby Boomers à ousadia digital da Geração Z, o ambiente empresarial vive um encontro de perfis e propósitos. Consultora do Sebrae/PR, Thaise Amaral analisa como diferentes gerações influenciam o presente e o futuro dos negócios
Cada geração deixa sua marca no mercado. Compreender essas diferenças é essencial para manter a competitividade. Thaise Amaral, consultora do Sebrae/PR, destaca que as gerações influenciam o consumo, o modo de empreender e a estrutura das empresas. “Baby Boomers ainda são fortes nos canais físicos, a Geração X valoriza estabilidade, enquanto Millennials e Geração Z lideram a digitalização e cobram posicionamento das marcas”, explica.
Essas dinâmicas exigem atenção. “A Geração Z já mostra forte tendência empreendedora, especialmente entre mulheres. Muitos buscam negócios com propósito social e ambiental, e cerca de 52% planejam abrir um ‘side hustle’ nos próximos anos”, aponta Thaise. No perfil empreendedor, Boomers seguem modelos tradicionais; a Geração X mistura pragmatismo e abertura ao digital; Millennials são movidos por propósito e inovação; e a Geração Z, hiperconectada, domina IA e prioriza sustentabilidade.
Essas mudanças também impactam como cada geração lida com tendências como sustentabilidade, digitalização e propósito. Segundo Thaise, 70% dos consumidores esperam que empresas se posicionem – principalmente Millennials e Gen Z, que também lideram o uso de IA no varejo.
Dentro das empresas, a convivência entre gerações pode ser um diferencial competitivo. Iniciativas como a mentoria reversa, em que jovens compartilham habilidades digitais e os mais experientes oferecem visão estratégica e de negócio, têm ganhado espaço em grandes empresas e também em pequenas. “Na Federação Nacional de Varejo dos Estados Unidos (NRF) 2025, vimos como essa integração acelera a inovação, promove aprendizado mútuo e fortalece a cultura organizacional”, destaca a consultora.
Para dialogar com a Geração Z, negócios precisam investir em social commerce, experiências gamificadas, e IA aplicada à personalização de atendimento e produtos. “Como colaboradores, eles querem autonomia, aprendizado contínuo e propósito”, completa Thaise. O Sebrae, inclusive, oferece treinamentos de Live Commerce e outras soluções para apoiar empresários na adaptação a esse novo perfil de consumo.
Os empreendedores mais experientes, por sua vez, também têm papel estratégico na transformação dos negócios.
“A reinvenção passa pela adoção de novas tecnologias, reestruturação dos pontos de venda e conexão com ecossistemas de inovação – que temos, inclusive, na nossa região”, orienta Thaise. A chave está na troca de saberes entre gerações: os jovens aprendem gestão e planejamento, enquanto os veteranos ganham domínio sobre ferramentas digitais, marketing de influência e novos modelos de negócio.
“Para se manter relevante, é preciso agilidade estratégica, uso inteligente de dados, propósito claro e uma cultura colaborativa entre gerações. E o Sebrae pode ser um grande aliado nesse processo de adaptação e crescimento”, finaliza Thaise.
Na prática, a compreensão do comportamento geracional tem sido decisiva até mesmo para repensar produtos, formatos de comunicação e estratégias de liderança. Empresas que conseguem ouvir diferentes faixas etárias e transformar essa escuta em ação têm se mostrado mais resilientes, inovadoras e próximas de seus públicos. Esse equilíbrio entre tradição e inovação é o que impulsiona a sustentabilidade dos negócios e a evolução do empreendedorismo na atualidade.
Em meio a esse cenário, cresce também a busca por ambientes empresariais mais diversos e inclusivos, onde cada geração se sinta representada. A pluralidade de ideias, experiências e visões fortalece os negócios e prepara as empresas para um mercado cada vez mais dinâmico e imprevisível.