O valor de comunicar bem em tempos de excesso de informação

Comunicar não é falar mais alto, mas falar com sentido em meio ao ruído informacional
Imagem: Freepik


Em meio ao excesso de conteúdos, comunicar com clareza e propósito deixou de ser diferencial e se tornou necessidade estratégica para marcas, empreendedores e veículos de informação

OPINIÃO | Por Kleber Erivelton Fernandes, jornalista e publicitário

Vivemos em uma era marcada pela abundância. Nunca se produziu e consumiu tanta informação como hoje. Notícias, vídeos curtos, publicações em redes sociais, mensagens instantâneas e anúncios publicitários circulam em velocidade vertiginosa, competindo pela nossa atenção. Esse cenário, que muitos chamam de “sociedade da informação”, trouxe avanços inegáveis, mas também um desafio crescente, em meio ao excesso de conteúdos, como diferenciar o que realmente importa?

É nesse ponto que entra a relevância de comunicar bem. A boa comunicação deixou de ser apenas um detalhe estético ou técnico. Hoje, ela é estratégica. Quando tudo parece gritar ao mesmo tempo, o que se destaca não é quem fala mais alto, mas quem consegue ser claro, consistente e verdadeiro.

No jornalismo, isso se traduz na responsabilidade de apurar com rigor e traduzir com clareza fatos cada vez mais complexos. Uma reportagem bem construída não é apenas a soma de dados, mas uma narrativa que ajuda a sociedade a compreender seu tempo. No campo da publicidade, comunicar bem significa ir além da estética e da persuasão superficial, trata-se de criar conexões, despertar confiança e transmitir valores. Campanhas que apenas “empurram produtos” têm vida curta, aquelas que contam histórias e refletem propósito permanecem na memória.

Para empresas e empreendedores, essa reflexão é vital. Muitos acreditam que basta estar presente nas redes sociais para ser visto. Mas presença sem estratégia é invisibilidade disfarçada. O consumidor atual busca autenticidade, quer saber o que a marca representa, como ela contribui para a comunidade e por que deve confiar nela. A comunicação, portanto, é uma ponte entre o que a empresa faz e o que o público percebe.

Na região da Terra dos Pinheirais, não faltam exemplos de empreendedores criativos, profissionais comprometidos e iniciativas sociais transformadoras. O que muitas vezes falta é visibilidade.

Histórias inspiradoras de inovação, superação e pertencimento acabam se perdendo no meio da avalanche de conteúdos superficiais que lotam as timelines. Esse é um desafio, mas também uma oportunidade, comunicar bem essas histórias significa dar voz ao que realmente constrói desenvolvimento local.

Outro ponto que não pode ser ignorado é o impacto da tecnologia. Ferramentas de inteligência artificial e plataformas de automação facilitam a produção de conteúdo em grande escala. Mas justamente por isso, o risco da padronização e da superficialidade cresce. A verdadeira diferença continua sendo humana, sensibilidade, criatividade e capacidade crítica para escolher as palavras certas, no tom certo, no momento certo.

Comunicar bem, no fim das contas, não é falar mais, nem falar mais alto. É falar com sentido. É priorizar qualidade em vez de quantidade, propósito em vez de improviso. Em tempos de excesso de informação, a boa comunicação se transforma em arte, e também no maior diferencial competitivo para marcas, profissionais e veículos de informação.


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